Posts Tagged ‘chiquinho’

A profecia do Cícero

por Paula e André

Ele, frequentador assíduo do Beira, era considerado pelos amigos até então, o homem do deserto. Ela, cliente apenas do delivery, já estava totalmente descrente do amor.

Um amigo em comum, um reencontro em um posto de gasolina, alguns esbarrões subsequentes e o primeiro encontro em público deu-se na praça do Cícero no Beira Norte.

Com a recepção carinhosa, peculiar do cidadão honorário de Brasília, Ela brincou dizendo que queria casar-se com Ele.

Em alto e bom ton, Cícero responde que ainda viria a presenciar o nosso casamento. A festa de casamento não vingou, mas a união das escovas de dentes está vigente há seis meses e os herdeiros estão previstos para 2011!!!

Salve Cícero!!! Viva o Beira!!! Beijos e abraços, Paula Penna e André Milhomem

Neste dia ganhei 15 reais

por João Gomes – Violeiro

Teve uma vez que eu cheguei em uma mesa para tocar viola e o pessoal sentado nela pediu para parar. “Eu detesto violeiro”, diziam eles, “pode parar!” E eu parei. A mesa ao lado viu aquilo e me pediu para tocar. Fiquei sem-graça, pois a mesa ficava bem ao lado daqueles que não queriam me ouvir tocar. Mas toquei! Uma, duas, três músicas sem parar.

De um lado a mesa que pediu para eu tocar me acompanhava e sorria, do outro lado a mesa que havia pedido para eu parar ficava de nariz torcido. Me senti muito bem!

Há 10 anos venho toda a noite tocar aqui no Beirute! Neste dia ganhei 15 reais.

Ti Ti Ti no Beirute

por Pedro Abdalla

Estávamos tomando umas cervejas em uma mesa enorme e o cabeleireiro Carlinhos Beauty chegou no Beirute! Começou a dar “close”!

Na mesa tinha um grande amigo meu, produtor de moda e o Carlinhos começou a dizer alto, com uma taça (vazia) na mão que tinha acabado de sair de um coquetel regado à champagne! Ficou lá se exibindo e dando pinta! Nosso amigo estava tomando diabo verde e o Carlinhos naquele blá, blá bla…

Nisso meu amigo, produtor de moda, levantou da mesa e começou a acabar com a vida do Carlinhos. Ele retrucou dizendo que usava diamantes, que tinha uma BMW. E meu amigo chamando ele de brega, de cafona, que ele fazia parte de uma comunidade no Orkut chamada de “Eu tenho medo do Carlinhos Beauty”, que o cabelo dele era horroroso e… De repente o Beirute inteiro começou a gritar e a bater palmas, aplaudindo meu amigo.

Foi um bafafá!

Gatinho Yellow

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por Fran Carlos

Eu tava no Beirute da Asa Sul com um amigo por volta de umas 5h da tarde. A partir daí, o movimento foi aumentando, aumentando. Deu 5:50h, 6h, 7h e quando deu umas 8h da noite eu vi que eu estava rodeado por uma mesa de homens , muitos homens.

Comecei a ficar preocupado com aquela situação, porque os homens estavam mandando bilhetinhos para mim, um negócio meio esquisito. Falei com meu amigo: “ A gente precisa sair daqui!”. Ele falou: “Não, vamos ligar para nossas namoradas e falar para elas virem para cá, que daí o clima fica mais tranqüilo.”

Passou um tempo, elas chegaram e sentaram na mesa com a gente. Mas ao invés do clima melhorar, piorou, porque os caras começaram a ficar com ciúmes e começaram a falar mal das respectivas. Decidimos ir embora.

Antes de sairmos eles fizeram um corredor e quando passamos começaram a gritar: “Tá levando o nosso gatinho embora! Deixa ele aqui! Deixa ele aqui!”. Fiquei conhecido pelos donos do Beirute e pelos garçons por “Gatinho Yellow,” pois era como eles endereçavam os bilhetinhos. Naquele dia estava usando uma camiseta amarela.

Dia do Beijaço!

por Ana Carolina Costa Ferreira

A história que mais me marcou do Beirute foi o “Dia do Beijaço”. Foi um dia que se reuniram vários casais gays e prometeram se beijar em público ao mesmo tempo. Na verdade, o Beijaço foi importante para mim para diversas coisas.

Primeiro porque abriu minha cabeça para o mundo, porque até então eu não era assumida, e depois para eu ver a forma como aquilo tudo foi aceito pelos garçons, pelos funcionários e pelo restante do público que não era gay. Foi muito bonito, foi muito respeitoso, todo mundo aplaudiu de pé e aquilo marcou muito para mim, porque naquele dia, quando cheguei ao Beirute, não sabia o que estava acontecendo. Vi o pessoal se reunindo, o pessoal se arrumando nas mesas e aí deu uma certa hora e eles falaram: “É agora!” Fiquei impressionada pelo respeito da pessoas, porque o Beirute é freqüentado por pessoas muito tradicionais de Brasília.

Muita gente acha que o Beirute é um bar gay e isso não é verdade. O Beirute é um bar que tem uma cabeça aberta onde os gays se sentem a vontade e respeitados por todos.

BBB: Big Brother Beirute

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por Daniel Amaro

Certa vez uma galera estava reunida no Beirute da Asa Sul para a tradicional cerveja de domingo.

Acontece que o bar estava cheio e não parava de chegar gente para ficar na nossa mesa. Fomos nos apertando até chegarmos em um momento crítico: alguém deveria sair da mesa. Mas quem? Eis que surgiu o BBB: Big Brother Beirute. Depoimentos, confissões, votos, rolou de tudo até chegarmos em 3 nomes finais. A decisão acabou ficando por conta de um depoimento infeliz de um amigo que, infelizmente, não teve como ficar na mesa depois do “furo”.

Tudo devidamente documentado em vídeo:

Aqui termina a parte triste da história

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por Paulo Sérgio Hilário Vaz

Infelizmente a minha história não começa bem, mas termina de forma sensacional.

Há dez anos atrás estava com minha mulher tomando uma cerveja no Beirute quando decidimos ir embora e topamos com um sujeito urinando bem na porta do Beirute. Como estava com minha mulher cometi a estupidez de pedir para que o sujeito assim não fizesse e para minha surpresa passou a me agredir e a minha esposa. Saimos no braço e fui surprendido mais uma vez com a covardia de seus amigos que passaram a me chutar ainda no chão e resumindo fui parar no hospital. Aqui termina a parte triste da história.

Depois desse fatídico acontecimento voltei ao Beirute somente 5 anos depois a convite de minha mulher que insistiu que queria me encontrar lá, foi quando fui surpreendido pela terceira vez, informado que seria pai e que a escolha do Beirute seria para começar uma nova vida e apagar a parte infeliz que a partir daquele dia ficava pra trás.

Hoje minha filha Júlia tem cinco anos e celebramos a vida e seus aniversários sempre no Beira.

Assalto na 109 sul!

por Mayara Yano

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Uma vez estava no Beira almoçando e de repente acontece um corre corre na 109 sul…

Sem que eu percebesse uma pessoa entra embaixo da minha mesa e fica agachada entre a mesa e o banco.

Dois PMs entram no restaurante e perguntam ao garçom se viram alguém suspeito passar pelo estabelecimento. Na mesma hora, olho para baixo e o indivíduo havia desaparecido, e com ele, minha deliciosa porção de mini-kibe com coalhada!!!

Só no beirute mesmo…

Um copo de filosofia

por Luiz da Motta

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O Mundo mudou quando um economista fez a seguinte pergunta: “Ok;  mas quem é que paga?”, provocando um instante de silêncio na mesa.

Em seguida, transbordaram argumentos de todo tipo: teoria da conspiração, novo milênio, auto-ajuda, ONGs internacionais. Do nada, outra cerveja surgiu aberta sobre a mesa. O revolucionário tecia longas costuras retóricas. Mas o economista insistia, enquanto temperava o kibe com precisas gotas de limão: “ok; mas quem paga?”

Um amigo do amigo que chegara sozinho naquela noite e se acolhera à mesa, percebeu a oportunidade de mostrar que estava presente: “O foco não é esse, minha dignidade não está à venda”. Desastrado, derrubou a cerveja mais recentemente aberta sobre a mesa, cheia de flayers. Quem salvou foi o Arleudo, que com um pano interveio antes que a bebida grudenta escorresse por sobre o colo dos fregueses. Mas o tal amigo do amigo derramou tudo de vez: “O terceiro setor é a medida entre a onipresença do estado e a competência do mercado”. Ok-mas-quem-paga?

Permaneceu sobre as cabeças, igual o dirigível da Nestlé em dia de evento na Esplanada. Do outro lado da mesa de jacarandá, o músico, quarenta e cinco anos, já tinha tocado com a galera da Plebe, sem um puto no bolso e de olho no último pedaço do kibe, não tinha nada a perder: “Nós artistas temos a Internet pra não sermos mais escravos do mercado”. Foi como se hasteasse uma dessas faixas em flancos de viadutos: “Ok! Mas quem é que paga?!”

Do outro lado do estabelecimento, com madeixas loiras premeditadamente ao léu, combinando com o conversível que estacionara na calçada em frente ao bar, Carlinhos Beauty deslizou pelo corredor e parou em frente à mesa, entorno da qual os rapazes debatiam. Como sempre, quem pela primeira vez ali bebia admirou-se com a performance. Num movimento preciso, leve, Beauty deu meia volta, levantou o queixo, fixou o infinito e, indiferente, retornou para o ponto de onde se lançara. Os rapazes entreolharam-se e, enfim, concordaram: “Ok; mas quem é que paga…”

Tá ótimo do jeito que tá

por Iain Semple

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Estava presente na noite do beira da sul quando mudaram a disposição das mesas.

Todos se sentiam desconfortáveis… De repente, em uma simples troca de olhares e em uma cumplicidade silenciosa, todos nos levantamos e recolocamos as mesas no lugar de origem.

Uma salva de palmas e nunca mais mudaram as mesas de lugar!